quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Drops de academia

À beira de completar dois anos de projeto verão (sim, tenho efeitos retardatários), reparei bastante coisa nessa vida de gente que malha às 6 da manhã. Gente focada, gente competitiva, muita gente com sono e sempre aquele povo me perguntando como vão os gateinhos da cadímia. Aí eu esclareço que (realmente) tô lá pela minha saúde - sério, se fosse diversão eu estaria fazendo ioga ou aula de dança -, que não fico lá muito fotogênica levantando pesinhos, tenho problemas de equilíbrio logo cedo e, pra ajudar a argumentar, separei umas histórias rápidas pra comprovar o que tô dizendo aqui.

Episódio 1
É aquele dia de “treino peito-costas-bíceps-tríceps” e você tá lá, com aquele monte de barras, pesinhos e halteres, se sentindo um menino, com vestindo uma camiseta que diz “eu sou uma bailarina” pra ajudar a te lembrar do contrário e tentando deixar o banco retinho de frente pro espelho porque... Enfim...Porque sim!

Aí o moço do lado pergunta se você precisa de ajuda.

Você dá o melhor sorriso que consegue às 6 e pouco da manhã e diz que tá tudo bem, mas que se perde um pouco se o banco não estiver alinhado com o espelho e essas loucuras todas.

E ele então responde:
- Ah, sim, eu também faço isso. Se o banco ficar um pouquinho torto eu já me PERDO.

Pausa mental.

Você deve ter ouvido errado.
Aquele PERDO fica ali ecoando uns 3 segundos na sua cabeça.
Você precisa responder alguma coisa. Qualquer coisa.

- É... Ah, é?
- Pois é. Eu me PERDO!

(De novo)

- Me PERDO FACINHO mesmo.

(Pultz! De novo e de novo!)

Aí você comenta que “Pois é, eu me PERCO (com C!). Me perco mesmo, me perco muito!”.
Ele continua confiante no verbo errado.
Você desiste e volta pros halteres.

Episódio 2
Dia de trabalhar as pernocas.

E lá pelo terceiro aparelho (que você nem sequer aprendeu o nome depois de quase 2 anos malhando), todo o seu esforço tá empenhado em completar as 4 séries intensas de 10 repetições cada, tentando manter a classe e o charme na medida que o exercício permite.
Então você olha pra baixo e vê um par de tênis que chega e para mais ou menos na sua frente. Você reconhece que é o pé de um moço e vai levantando a cabeça devagar pra dar “bom dia”, porque sim, você tenta ser simpática apesar do horário. 
Aí você para.
Você não é de parar para reparar nos outros. Mas você para. Porque aquele tênis ali na frente nunca foi feminino, mas as pernas que tão paradas ali são completamente lisinhas.
Então você termina de levantar a cabeça e reconhece aquele moço. Lindo, que só aparece de vez em quando, que passa mais tempo olhando o celular e ocupando os aparelhos do que efetivamente fazendo exercícios, mas lindo do mesmo jeito. E com as pernas lisinhas. Mais lisinhas do que as suas naquele dia, aliás.
É nadador, você pensa. Só pode ser.
Enquanto ele continua lá alongando, e levanta o braço, você aproveita pra reparar que ali também não tem nada.
Aí você vê as unhas. Lixadinhas e com aquele brilho de quem passou base, sabe? Enquanto você pensa que não conseguiu nem pra tirar as cutículas das suas...
É nadador, você pensa de novo. E filho de manicure, você imagina. E com um senso de vaidade que é três vezes o seu, você conclui.

Você não é a favor dos moços tipo neandertal, mas aquela cena toda ali na frente... Enfim... Você desiste e vai correr na esteira.

Episódio 3
Você não conseguiu sair da cama quando deveria, foi pro treino num horário diferente do seu habitual e encontrou uma amiga muito querida que não via há um tempão acenando do outro lado daquela sala lotada que também resolveu que só ia malhar depois do horário comercial.

Você para pra lembrar que realmente detesta aquele lugar quando tá lotado, promete que vai acordar cedinho no dia seguinte e aí repara que pra dizer oi pra amiga vai ter que atravessar toda uma sala cheia de gente e aparelhos e tenta não pensar no fato de que ocasionalmente você fica desastrada pra caramba.

Aí você passa pelo pessoal do agachamento, pelo povo levantando barras e halteres, gente respirando fundo, gente fazendo esforço e careta e consegue chegar ao pessoal do abdominal do outro lado sem causar acidentes.

Mas na hora de cumprimentar a amiga, com toda a sua pose de lady, você quase acerta um belo chute em alguém que tá passando bem atrás de você na mesma hora.

Você fica vermelha, laranja, roxa de vergonha, acelera o papo e sai pra pedir desculpas pro cidadão que você quase acidentou. Você se aproxima dele, que tá lá levantando pesinhos bem pesados, pede licença e se desculpa.

Ele olha pra você e responde feliz da vida:
- Ui, foi nada, boba! Imagina!

Você sorri e vai treinar.

Episódio 4
Mas eis que um belo dia um moço muito interessante na academia resolve te dar bom dia.

Você até acha que este último episódio vai virar um texto da série Driblando Murphy...

Aí o bebedouro fica descontrolado, esguicha na sua cara com toda a vontade e quando você finalmente se vira, com a boca cheia de água e o resto do rosto também, tudo o que consegue fazer é algo parecido com uma imitação de um baiacu.

Nessas o moço passa pra beber água também.

Você termina de engolir, manda um bom dia retardatário meio pelas costas e sai, enquanto o bebedouro volta a se comportar normalmente.

Chego à conclusão de que Murphy é ciumento...

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Porque Lei de Murphy não foi feita só pra minha pessoa, certo?

Eu tinha um texto quase super pronto pra postar aqui. Era algo sobre a Ex de Muprhy tentando trocar lâmpadas e tal...

Mas aí eu vi esse vídeo e mudei de ideia.

Porque a verdade é que fico muito feliz da vida quando sei que mais gente no mundo sofre influência das Leis de Murphy. Eu me identifico, solidarizo e compartilho essa vontade incrível que dá de distribuir voadoras por aí!

Sendo assim, ei-lo.
Divirtam-se! =)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A incrível história do jeans que cuspia moedinhas...

Era uma vez uma loja em promoção.


Eram placas e placas anunciando tudo (tudo mesmo!) pelo valor inacreditável de apenas... Preparem-se... 10 REAIS. UAU!

De fazer parar até quem jura que é imune a essas liquidações mirabolantes! Não é por birra nem nada. É falta de atenção mesmo. Enfim... Terminei me aventurando no meio daquela mulherada enlouquecida entre araras e prateleiras e cestas e cabides com blusas e vestidos e lenços e calças jeans. Sim, calças jeans.

Oh, meu Deus, até calças jeans! Não aguentei. Entrei!

A loja, à moda de algumas paulistanas ali pelo Bom Retiro, não disponibilizou o provador - porque a promoção era pegou-levou. Sendo assim, segurei logo uns 5 modelos, medi mais ou menos no olhômetro o que melhor caberia no meu corpitcho e dei aquela checada básica se não tinha alguma costura fora do lugar, manchinhas, buraquinhos e coisas desse tipo.

No caminho pro caixa ainda garimpei um casaco (pasmem!), blusinhas, dei uma parada num cabide de 2 peças pelo preço de uma (e que o mundo jamais saberá quais são) e, finalmente, fui pagar. Enquanto tava na fila até reparei que um dos bolsos internos de um dos jeans tinha uma aberturazinha na costura. Mas ah, o que é uma costurazinha aberta num bolso interno e escondido de uma calça super bacana que ia me custar apenas 10 reais, né mesmo? Além disso, a peça me coube sem precisar de ajustes e evidente que com mais esse incentivo esqueci a história do bolso bem rápido!

A princípio até me dispus a consertá-lo, mas terminei preenchendo a cabeça com coisas mais interessantes e me distraindo com Murphy que, obviamente, não ia deixar esse bolso passar em branco...

E eis que num belo domingo de sol, voltando do mercado, usando a tal da calça, coloquei o troco no tal do bolso. 5 ou 6 moedinhas inofensivas. E ia andando tranquilamente até alguém me avisar:

"Moça, acho que caiu uma moeda sua."

Agradeci, peguei a moeda e derrubei outra. Procurei de que parte da bolsa elas poderiam ter caído. Não achei, coloquei as duas de volta no bolso e voltei a andar. Senti algo na perna. Olhei pra baixo, sem parar de andar, e vi outra moeda saindo pela barra da calça.

E foi aí que entendi: meu jeans tava cuspindo moedinhas!

Enfiei logo a mão naquele bolso do mal, mas quem disse que eu consegui recuperar alguma coisa? Elas já tavam caminhando em direção à barra da calça; tarde demais.

E assim, pra minha vergonha pessoal e pra diversão muitíssimo ingrata de Murphy, segui meu caminho pra casa. Um passo à frente do outro, as moedinhas escorregando pela perna, a minha cara indecifrável cada vez que alguém parava pra dizer que "moça, acho que caiu uma moeda sua", o meu "ah, sim, obrigada!", enquanto em pensamento eu na verdade respondia:

"Sim, eu sei. Elas tão saindo da minha calça. Mas isso faz parte das Leis de Murphy, porque caso você não saiba já fui casada com ele e tenho tanta história que um dia fico famosa só por isso. Ah, sim, vou pegar a moeda de volta. Obrigada."


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Como não ir pra balada com a Ex de Murphy

E depois de uns bons 3 anos, eu, a Ex de Murphy, consegui tirar uns dias de férias.

Iupi! \o/

O que significava uma fuga rápida e sem olhar pra trás pra casa da mamys, aquele lugar mágico e aconchegante onde as obrigações não podem te alcançar.

Nos planos estavam horas a mais de sono, horas a mais vendo séries, dias a mais sem ter que assumir sozinha a própria cozinha e, consequentemente, quilos extras - porque casa de mãe faz essas coisas e a gente nem liga, mesmo sabendo que vai precisar caber em um certo vestido pouco mais de uma semana depois do retorno à vida normal.

Ah, e fiz uma lista. Sim, uma lista, porque veja bem, a pessoa demora a vida pra conseguir tirar férias. Aí a pessoa tira férias. Aí a pessoa fica perdida com esse tempo livre todo. Aí as férias acabam e ela não fez nada. 

Por isso sim, havia uma lista com tópicos bem definidos do tipo:

* Organizar e revelar aquelas fotos que tão salvas desde 2005 e a pessoa não teve nem o cuidado de salvar em DVD (saudade do tempo que era só tirar o negativo e levar pra lojinha).

* Dar uma mexida no que tá entulhado no guarda-roupa e já começou a invadir a gaveta da irmã mais nova (ver se algo bacana da irmã  cabe também tá valendo).

* Encontrar aquelas pessoas que eu não via há tanto tempo, que tava com medo que elas não me reconhecessem mais...

E disposta a resolver essa parte mais do que as outras, bastaram umas 5 mensagens online pra estar tudo combinado. Baladeinha cas'amiga na sexta à noite, bandinha de pop rock no boteco, colocar o papo de uns bons anos em dia e por aí vai. Coisa mais linda e mais combinada da vida e que nada tinha pra dar errado, certo?

Errado!

Eis que a Ex de Murphy agitou, o povo topou, Murphy se meteu, a coisa não funcionou. Simples assim.

Na verdade tava tudo muito certo até eu combinar mais ou menos uma carona, escolher uma roupa, jantar e resolver deitar "só uns minutinhos". Aí eu esqueci que o celular tava no modo silencioso sabe se lá porquê e eis que a soneca virou um estado de sono profundo, eu consegui sonhar com e-mails recebidos e atualizações de rede social e acordei bem a tempo de ver uma dúzia de chamadas perdidas e a minha night indo por água abaixo.

Se eu fiquei irritada? Sim, fiquei irritada. Com mais raiva das leis de Murphy ou de ter que assumir a minha própria distração? Difícil dizer.

O fato é que a essa altura da história não existia desculpa nenhuma que fosse menos vergonhosa. Dormi, dei balão em todo mundo e perdi a baladinha enquanto Murphy com certeza tava se matando de rir da minha cara... Imbecil.

Por isso, nesse fim de post eu queria mandar um "por favor não me odeiem" pras amigas e um palavrão bem grande pra esse Murphy aprender a não ficar se intrometendo nos meus planos de férias.

Sem mais.

sábado, 20 de julho de 2013

Aos amiguinhos da Ex de Murphy

Hoje eu quero fazer um post fofinho só pra mandar um alou pros meus amigos (já que disseram por aí que hoje é Dia do Amigo, né?).

Sendo assim...

Olá pra vocês que fazem parte das programações bacanas, das gratuitas e das de índio em dias de chuva!

Saudações especiais pra vocês que me acompanham nas panelas de brigadeiro, nos ataques de riso, nas divagações profundas e que ignoram as bobagens e coisas sem sentido que escapam quando chega o meu honorável sono.

Abração de urso pra vocês que me aguentam cantar e apoiam essa paixão platônica pelo Neo, pelo Batman, por All Star de cano alto e sapatilhas Moleca.

Um prêmio pra vocês que continuam sendo amigos até quando a Ex de Murphy tá de mau humor! Seja porque tá com fome, porque tá sem dinheiro, porque tá tocando sertanejo-funk'axé ou só porque tá de mau humor mesmo.

E por fim, um beijo bem grande pra vocês que ficam por perto com Murphy e tudo, mesmo correndo o risco de um dia ele querer fazer amizade com vocês também.

Porque friends will be friends, como já cantou o tio Fred Mercury, e eu acredito nisso pra caramba!

Bjinhus! *_*

quarta-feira, 29 de maio de 2013

O frio, o figurino e as leis de Murphy

O dia começou frio e chuvoso. Não tão frio quanto eu gostaria e mais chuvoso do que eu acho que deveria pra quem vai precisar pegar 2 ônibus e atravessar um canteirinho daqueles que a grama é baixinha e inofensiva mas tem tamanho suficiente pra encharcar a barra da calça... Mas enfim, winter is coming e eu tava feliz da vida só por isso.

Acho frio uma coisa muito linda mesmo, sério, mas por qualquer motivo que desconheço, não tenho um guarda-roupa de inverno assim, muito bem estruturado, sabem? É contraditório, eu sei, mas é assim. Estação vai, estação vem e eu só me lembro que preciso comprar um casaco, uma bota ou qualquer coisa do tipo quando tá na hora de usar e nenhum dos itens tá em promoção.

E justamente nessa manhã, fria, chuvosa com um vento gelado e toda trabalhada na preguiça, tive a brilhante ideia de colocar uma calça a mais.

Pois é.

Murphy deve ter soprado algo nos meus ouvidinhos e como o raciocínio às 6 da madrugada não é lá essas coisas, terminei achando que era uma solução brilhante.

Revirei o guarda-roupa atrás daquela calça de ginástica do ano passado, porque era justinha, não ia fazer volume no jeans e que também não me servia mais pra academia depois que a costura começou a abrir num lugar que não compensava consertar (e essa história que vai ficar pra outra vez), mas que ainda ficava ótima pra usar com aquele moleton gigante e ficar jogada no sofá de casa fazendo nada.

Bom, a questão é que o jeans também não era uma calça big pra eu ficar achando que tinha todo o espaço do mundo lá dentro, e o resultado é que neste momento estou no trabalho, sentadinha à frente do computador, lutando pra respirar e mexer as pernocas com esse combo ridículo de figurino que resolvi fazer, pensando porque raios ainda não comprei uma meia-calça nova e imaginando que em algum momento do dia vou precisar parar pra fazer xixi e passar pelo desafio de tirar e colocar as duas peças de roupa de novo...

E era só isso que eu tinha pra dividir com vocês.

Um beijo pro Murphy e parabéns pra mim. Humpf...

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Driblando Murphy - parte 1


Este é o primeiro texto da série Driblando Murphy. Porque ele não pode sair levando a melhor sempre e porque com o tempo a gente arruma um jeitinho simples de escapar das investidas desse ex sem noção...

Essa primeira história começa naquele dia em que você já acordou atrasada. Até ouviu o despertador tocar, trocou de roupa na hora que deveria, fez as séries da academia direitinho, arrumou tudo o que ia precisar no dia anterior, mas mesmo assim ficou atrasada.

Você lavou o cabelo no dia anterior e tomou todos os cuidados pra ele continuar lindo, brilhante e no lugar, mas ele resolveu que ia amanhecer incontrolável.

Você tem um mundo de coisas pra fazer: umas pra começar, outras que tão no meio há dias e outras que você sabe que não precisa ou que simplesmente não vai conseguir terminar hoje. Mas continua com essas coisas todas na cabeça... E por fazer.

O seu ônibus tá atrasado e o que passou antes veio adiantado, o que significa que independente dos seus esforços ele vai chegar lotado.

Então você liga o rádio e o tio Paul começa a cantar que Let it Be. Aí você incorpora, deixa mesmo as coisas seguirem seu caminho e tudo fica bem de novo.

Murphy driblado! ;)


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Era uma vez um ovo


Bom, pra começar, vamos esclarecer que esse texto não é sobre a Páscoa. Não tem nada a ver com a Páscoa. Não vou falar de ovos de Páscoa. Só aproveitei o gancho pra chamar a atenção pra história mesmo. Desculpem. Mas já que estamos aqui, por que não contá-la, não é mesmo?

Enfim. Tudo começou com um trabalho de faculdade. 3º ano, design de embalagens, segue o briefing: 
Uma embalagem para 1 ovo (sim, 1 so). Para conter, transportar e proteger um exemplar de ovo de galinha.
Público masculino, classe AB, 18 a 25 anos, maioria solteiros, valorizam a moda, ganhar dinheiro e são extremamente vaidosos; abrem mão de inteligência por mais beleza, curtem uma baladeinha e não vivem sem TV ou Internet.

O que eu tinha que fazer? Escolher uma marca bacanuda e desenvolver a embalagem. Simples assim. Ou nem tanto, se você considerar que além de ficar bonita ela teria que sobreviver a uma queda de mais ou menos 1,5m, o ovo lá dentro tinha que ficar intacto e a disciplina ja tinha uma certa fama...

Só com isso eu já tinha motivos suficientes pra ficar nervosa sozinha, mas nessa época eu ainda morava num pensionato de freirinhas dominicanas, e convivendo com mais 30 meninas, ainda tinha que lidar com toda a movimentação em torno do meu trabalho (porque, vamos concordar, um trabalho de faculdade sobre uma caixa de ovo chama a atenção) e com todos os “E o ovo?”, “Já foi?”, “Não foi?”, “Tá bonito?”, “Posso ver?”, “Quebrou?”, “Posso quebrar?”.
E eu respondia: “Tá indo.”, “Ainda não.”, “Não.”, “É...”, “Pode.”, “Não.”, “Não!!!”.

Ao mesmo tempo, eu ia driblando as investidas de Murphy e os processos seletivos pra estágio que também me ocupavam bastante a cabeça, entao resolvi tirar um feriado e pedir ajuda externa. Foram 3 dias de folga nos quais eu agradeci muitissimo por ser filha de dois engenheiros! Gracas a eles chegamos a uma estrutura simples, funcional, e uns 2 ou 3 cálculos depois eu tinha uma solução matematicamente infalível e esteticamente viável na qual eu desconfio que não chegaria sozinha. Brilhante!

Passei as 2 semanas seguintes acampando na faculdade, fazendo intensivo de Photoshop e com um baita embrulho no estômago a qualquer menção de ovo e suas derivações, tipo frito, pochê,  omelete... Foi ai que batizei o projeto de Marieta, pra ver se pegava um amor à coisa antes de querer arremessá-lo pela janela ou estourá-lo com as minhas próprias mãos, o que por sinal eu já havia feito com meu ovo teste. 

Na véspera da apresentação, sonhei que eu procurava minha toalha rosa (!) e alguém sentou na Marieta que tava em cima da cama, e arrancou um triangulozinho (! de novo) do ovo que na verdade tava cozido, mas que começou a vazar clara por baixo da embalagem descontroladamente!  Acordei num salto e resolvi ir mais cedo pra aula sem parar pra falar com ninguem e nem tirar a toalha do varal. Só pra garantir...

Tentei pegar um ônibus com o menor número de gente possível, mas Murphy sempre pensa em tudo, e terminei pegarando um atrasado, sequência de outro que ninguém pegou porque passou adiantado. Logo, tava lotado até as tampas. Por sorte achei uma alma caridosa que se ofereceu pra carregar o meu ovo, mesmo com todas as recomendações e depois de convencê-la de que eu realmente tava andando por aí com um ovo de galinha. Devia ter escrito FRÁGIL na embalagem... Raios!

Por fim, já em sala, depois de uma votação dos melhores ovos, só pra aumentar a tensão, os arremessos. Assisti com os olhos meio abertos e posso contar feliz da vida que ele não quebrou! Yep! Eu já podia encarar todos os outros 8 trabalhos do semestre.

A quem interessar saber, não, não estou guardando o ovo até hoje. Fiz isso durante os 3 primeiros anos, mas tive o bom senso de ficar só com a embalagem no final das contas. 

E pra quem ainda duvida, olha aí a foto da Marieta. Ainda com as marquinhas da queda, mas a coisa mais linda! 




quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Murphy deve gostar de I Will Survive...

Status: perseguida pela Gloria Gaynor.

Como? Não sei. Murphy tem dessas coisas. É um estilo de piada muito dele e que eu não entendo na maior parte das vezes. Mas ele tem dessas...

E sim, vou explicar.

Não sei se já contei, mas eu realmente curto a Gloria Gaynor. Não tanto quanto curto a Cher, mas tá bem perto se querem saber. E dentro da minha lista de músicas pra subir na mesa e sair cantando, só D. Gloria já tem 2 hits!

Então, num sábado qualquer, voltava eu sem almoço, sem conseguir trocar a blusinha que eu tinha acabado de comprar mas mudei de ideia de repente... 

(Ok, mentira. A blusa tava em promoção numa daquelas lojinhas sem provador e parece que subestimei a grossura dos meus braços. Só descobri isso graças ao provador disponível de uma outra loja, mas até lá não dava mais tempo de trocar. O que pensando bem também deve ter sido obra de Murphy. Mas esse texto não é sobre isso...)

Nesse meio tempo, a programação do meu sábado já tinha mudado umas 3 vezes e nenhuma das novas opções tava lá me agradando muito. Então cheguei em casa, depois de ter finalmente desistido do plano C, com o apartamento com uma faxina pela metade e a chuva que atingiu Noé começando a cair lá fora. E foi aí que a Gloria apareceu.

Primeiro foi um combo de I Will Survive com Can't Take My Eyes of You e mais hits de karaokê que eu fui obrigada a parar o mundo pra cantar junto e em altos volumes! E quando achei que não podia ficar mais divertido, no dia seguinte, a Gloria voltou. Com um anúncio do locutor da rádio dizendo que ia trocar a trilha sonora da minha vida, e lá veio I Will Survive. E de novo na segunda-feira...

Em dias normais sou uma pessoa que acredita muito em trilhas sonoras pra vida e acho muito mesmo que o ânimo da canção que você tá ouvindo pode ditar o seu estado de humor do dia. Mas realmente não faço ideia do que Murphy quis dizer com I Will Survive e se alguém tiver um palpite me conta, faz favor?

Muito agradecida. Era só isso mesmo. Beijo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

E vamo todo mundo vamo cantá junto (ueba)

Com um título desse eu podia muito bem começar o texto falando da música do Ultraje a Rigor, né mesmo? Mas não. Esse aqui é um parênteses pra comentar uma coisa que andei observando.

Tcham, tcham: música é viral! 

E "poxa, oh, quanta novidade e que descoberta incrível" pensa ironicamente você que lê esse texto agora... E eu concordo. Tudo isso um monte de gente também já reparou faz tempo. Mas resolvi dividir o meu ponto de vista sobre o assunto depois de dar uma bela olhada no lugar onde eu trabalho e achar que a gente devia ser motivo de estudo... 

Tudo começa com um dia normal. Aí, um resolve assoviar qualquer coisa aqui. E pode esperar que alguém vai dar continuação pra um outro alguém do outro lado da sala terminar. E no meio disso tudo, mais um alguém vai batucar pra acompanhar, e como consequência, todos vão ficar com a tal da música na cabeça até que outra pessoa puxe a próxima e assim por diante.

E nesse momento entra o trabalho de Murphy (porque ele não consegue ficar de fora mesmo): um começa a cantar, os outros continuam, um assovia, um batuca, e a coisa nunca funciona com música boa. Nessa hora ninguém se lembra de música boa. A brincadeira nem vale se puxar música boa.

Agora vem os números: em uma sala com 42m², sai uma média semanal de 2 canções do Fagner, umas 3 do É o Tchan, alguns pagodes dor de cotovelo, uma pausa pra recitar o Cara, Caramba, Cara, Cara-ô, um pouco de Falcão, umas pérolas do brega nacional, a Galopeira e mais algumas que a gente deveria ter vergonha de saber, mas que se aparecem na cabeça por que guardá-las só pra si, não é mesmo?  

Porque o importante é compartilhar e porque sempre vai ter alguém pra completar a melodia e cantar junto com você. E se o povo do Friends fazia, por que não eu, concordam?

Fui cantar por aí.

♫♫ Bjo! ♫♫